Com a conclusão da quadra chuvosa de 2025 o Ceará registra 55% de sua capacidade total de armazenamento hídrico preenchida, o que representa cerca de 10,2 bilhões de metros cúbicos de água nos 157 reservatórios estratégicos monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Embora o índice seja semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado, o volume de chuvas que chegou aos reservatórios foi inferior em 2025. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (04), durante coletiva de imprensa na sede da Secretaria dos Recursos Hídricos.
O aporte hídrico (volume de água que efetivamente entrou nos reservatórios) foi de 5,87 bilhões de metros cúbicos neste ano. Mesmo com uma quadra chuvosa menos generosa, alguns resultados foram positivos, como o retorno da sangria do Açude Orós, o segundo maior do Estado, que voltou a transbordar após 14 anos. A última vez que o fenômeno havia ocorrido foi em 2011. A recuperação do reservatório foi impulsionada por chuvas concentradas em sua bacia de contribuição.
Regiões como Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitanas, Serra da Ibiapaba, Curu e Alto Jaguaribe apresentaram situação considerada “muito confortável”, com volumes acima de 70% da capacidade total.
Apesar dos bons indicadores em diversas áreas, algumas regiões ainda demandam atenção. A bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús finalizou a quadra com apenas 20% da capacidade hídrica acumulada. Já o Banabuiú, que chegou a secar entre 2015 e 2018, está atualmente com 36%, enquanto o Médio Jaguaribe, onde se localiza o Castanhão, maior açude do Estado, acumula apenas 30%.
O Castanhão, que em 2018 atingiu seu volume mínimo histórico de 2,1%, registra hoje 29% de sua capacidade total. Mesmo assim, sua utilização para o abastecimento da capital cearense permanece suspensa, graças ao bom desempenho dos açudes Pacoti, Pacajus, Riachão e Gavião, que continuam garantindo o fornecimento de água à RMF.
As chuvas da quadra chuvosa de 2025 ficaram em torno da média, conforme balanço da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
De fevereiro a maio, o observado para o Ceará como um todo foi de 517,6 milímetros, o que representa um desvio negativo de 15%. A categoria “normal” vai de 512,5 mm a 705,9 mm.
O cenário observado vem em conformidade com o prognóstico da Funceme, que apontava maior possibilidade de precipitações dentro da normalidade, principalmente no trimestre principal (fevereiro a abril), mas com chuvas irregulares ao longo do estado.
Fonte – SRH - Gov.Ce